terça-feira, 31 de dezembro de 2013

GUERRA FRIA: A CORRIDA ARMAMENTISTA

Nesse texto abordaremos a corrida armamentista, mas é necessário fazer uma breve introdução sobre a Guerra Fria (1945-1991) que se caracterizou pela bipolaridade do mundo, dividido entre as influências dos blocos capitalistas comandado pelos norte-americanos, e socialistas pelos soviéticos. A intensa rivalidade entre EUA e URSS recebeu o nome de Guerra Fria porque a tensão entre as duas superpotências nunca chegou a uma guerra de fato. Isso se deve ao equilíbrio do poder bélico entre os países que dificultou uma guerra direta, houve apenas conflitos ao redor do mundo, principalmente nos países do terceiro mundo, apoiados diretamente pelas duas potências, cada uma buscando fortalecer o seu sistema ideológico. As disputas foram as mais diversas entre as duas potências em vários setores: corrida espacial, no cinema, no esporte (as olimpíadas), as agências de espionagem (CIA versus KGB), e principalmente na corrida armamentista, que será abordado a seguir.
Em defesa de seus interesses, os norte-americanos e soviéticos, deram início a uma corrida armamentista sem antecedentes na história da humanidade. A rivalidade fez com que tanto norte-americanos como os soviéticos passassem a acumular arsenais nucleares, capazes de causar danos irreparáveis ao planeta, e também ambos já possuíam as bombas de hidrogênio, que possui uma capacidade maior de destruição, que a bomba atômica do período. Isso mostra que a política das duas potências, estava direcionada para uma economia de guerra, que além de produzir armas, absorvia boa parte da mão de obra.
A Guerra Fria forçou uma corrida armamentista, que criou um complexo industrial militar continuamente produtivo, que tendeu a buscar mercados nos conflitos convencionais localizados do Terceiro Mundo, e consequentemente, serviu como elemento incentivador de tais conflitos, pois inaugurou a era nuclear e a possibilidade de destruição global da humanidade (HEIN, s.d, p.01).
Para a construção de aviões bombardeiros, submarinos nucleares, tanques, mísseis atômicos, os testes de mísseis balísticos, equipamentos de guerra etc.,  foram empregados um número gigantesco de pessoas para essas atividades militares, dentre os quais cientistas e engenheiros que aplicavam seu potencial na pesquisa e desenvolvimento de novas armas, cada vez mais sofisticadas. Esses recursos enormes investidos na indústria bélica poderiam ser aplicados em outros setores, como educação, moradia, saúde, etc. Mas para os governos das duas superpotências quanto maior fosse o poderio militar, maior seria o prestígio diante de outras nações, e também devido ao abastecimento aos países aliados, com armamentos.
Segundo Lehmann (2003, p. 75), (...) é através da capacidade de defender interesses nacionais, e provocar danos inaceitáveis no inimigo (entrando aí o potencial destrutivo das armas nucleares, e a capacidade de "second-strike"), construindo e investindo em nova capacidade militar – a corrida armamentista.
Os computadores foram fundamentais no desenvolvimento de armas e segredos militares no período de Guerra Fria.
Devido ao grande acúmulo de ogivas nucleares, do período da Guerra Fria, norte-americanos e russos, assinaram o tratado de redução de armas estratégicas, em 2010, que tem como objetivo evitar a proliferação de armas nucleares. E também esse tratado servirá para pressionar nações interessadas em desenvolver programas nucleares, como é o caso do Irã, na atualidade.

REFERÊNCIAS
HEIN, Leslie Lothar. Guerra Fria: conceitos e problemas. Niterói: Núcleos de Estudos Contemporâneos, UFF, S/D.

LEHMANN, David. O debate teórico sobre a guerra fria. In: LEHMANN, David. Culturas da Anarquia. Dissertação apresentada como requisito parcial para obtenção do grau de Mestre pelo Programa de Pós-graduação em Relações Internacionais da PUC - Rio, 2003.

terça-feira, 24 de dezembro de 2013

A SEGUNDA GUERRA: OS CAMPOS DE CONCENTRAÇÃO NAZISTA



Nesse texto abordaremos  os campos de concentração nazista, que é um assunto inerente ao estudo da Segunda Guerra Mundial (1939-1945). No período do regime nazista foram construídos milhares de campos de concentração em muitos países da Europa, que tinha como objetivo eliminar judeus, ciganos, homossexuais, deficientes físicos, negros, comunistas, eslavos, opositores políticos, prisioneiros de guerra, etc., que eram considerados raças ou grupos inferiores aos alemães, que se consideravam raça pura (ariana).
Esses campos eram planejados e executados para o extermínio em massa, de forma eficiente e rápida. Segundo Hobsbawn (1995, p. 52), (...) a destruição racionalizada de vidas humanas da maneira mais eficiente, como nos campos de extermínio alemães. Esses campos faziam parte de um projeto chamado pelos nazistas de “Solução Final”, que foi executado com êxito, para eliminação de milhões de pessoas.
A política de extermínio, das raças inferiores na Segunda Guerra, mas principalmente de judeus ficou conhecido como Holocausto. O Holocausto era o nome de um sacrifício praticado pelos antigos hebreus, em que a vítima era completamente queimada. Os judeus foram as maiores vítimas do campo de concentração nazista, historiadores estimam cerca de 6 milhões de judeus foram mortos. O antissemitismo presente em diversas sociedades européias, a cumplicidade e a omissão atuaram a favor do holocausto (FERREIRA, 1996, p. 06 ).
A estrutura dos campos de concentração são as seguintes: eram divididos, por setores e organizado de forma racional, tinham  crematórios, câmaras de gás, o campo era cercado e vigiado por guardas nazistas, um dos critérios de seleção  dos prisioneiros envolvia a capacidade de trabalho, quem não possuía essa capacidade eram exterminados, o envelhecimento das pessoas nos campos era precoce, devido as condições de vida desumanas, nesses ambientes hostis.
O maior campo de concentração foi o de Auschwitz, na polônia, o campo era destinado ao trabalho forçado e ao extermínio de milhares de pessoas. O transporte dos prisioneiros era feito, sobretudo por trens até os campos, a partir da Segunda Guerra Mundial, a máquina de extermínio nazista estava em plena atuação.
O antissemitismo nazista é um fato crucial de como o discurso político teve influência do discurso cientifico para justificar os atos da matança de milhões de pessoas, consideradas impuras ou inferiores pelos alemães, nos campos de concentração.

REFERÊNCIAS
HOBSBAWN, Eric. Era dos Extremos: o breve século XX: 1914-1991 / tradução Marcos Santarrita; revisão técnica Maria Célia Paoli - São Paulo: Companhia das Letras, 1995. Título original: Age of extremes: the short twenlieth century.

FERREIRA, J. Problematizando a Segunda Guerra Mundial. Tempo, Rio de Janeiro, Vol. 1, n° 1, 1996.

FILMES SOBRE  OS CAMPOS DE CONCENTRAÇÃO NAZISTA:

O Menino do Pijama Listrado (dir.: Mark Herman, 2008)  Criança e Holocausto são temas que, juntos, têm alto potencial de comoção. O Menino do Pijama Listrado, que estreou no fim do ano passado, é sobre a amizade entre dois meninos de oito anos que vivem separados por uma cerca eletrificada. Bruno é filho de um oficial nazista e Shmuel, que usa o pijama do título, está preso em um campo de concentração.

A Lista de Schindler (dir.: Steven Spielberg, 1993)  Clássico sobre o Holocausto, ganhou de sete estatuetas do Oscar em 1994, entre elas o de melhor filme e diretor – o primeiro de Steven Spielberg. A Lista de Schindler conta a história real de um empresário que salvou milhares de judeus na Segunda Guerra Mundial. Antes que fossem mandados para os campos de concentração, Oskar Schindler os empregava em sua fábrica.

O Diário de Anne Frank (dir.: George Stevens, 1959)  O diário de uma garota de 13 anos durante a Segunda Guerra Mundial foi uma das provas mais concretas do temor pelo qual passaram os judeus naquela época. Anne Frank e sua família se esconderam durante dois anos com medo de serem levados a um campo de concentração.

segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

A CRISE DE 1929: COMO CONSEQUÊNCIA A ASCENSÃO DOS FASCISMOS

   

Nesse texto abordaremos a crise de 1929 e consequentemente a ascensão dos fascismos, mas é necessário entender o período do Entre Guerras (1918-1939) que foi marcado pela turbulência, crise política e econômica que a Europa passava em decorrência da devastação da Grande Guerra e consequentemente o processo de recuperação da economia e da infraestrutura dos países envolvidos. A partir disso são analisados os efeitos da Grande Depressão em1929, que levara parte significativa da população de muitos países a desacreditar na democracia, criando o terreno propício para penetração e ascensão de idéias radicais do nazismo e fascismo no Entre Guerras.
A Grande Depressão que teve início em 1929, nos Estados Unidos, ocorreu devido a uma crise cíclica de superprodução que afetou todos os países capitalistas. A grande produção de mercadorias levou uma grande disputa por mercados consumidores, que não eram suficientes para absorver toda produção, ou seja, a oferta era maior que a procura. As mais graves consequências da crise foi o desemprego, inflação, fome, escassez de produtos industrializados, que atingiram níveis nunca vistos antes. O liberalismo parecia não ter a resposta para a crise.
Segundo Braudel (1951, p. 239 ), o craque da Bolsa de Valores de Nova York desencadeou uma crise econômica da qual o mundo levou anos para sair, e da qual não saiu, verdadeiramente, antes dos primórdios da Segunda Guerra Mundial.
Devido a isso os regimes totalitários começaram a se tornar expressivos, porque a crise econômica se agravava cada vez mais, e a consequência disso foi o fortalecimento intenso dos Fascismos, que a maioria da população européia acreditava que seria a solução para acabar com a crise. Os fascismos pregam um Estado centralizador, forte, e a intervenção na economia, o fim da democracia liberal e eliminação das oposições. Para Bertonha (2000, p. 101), (...) aquele contexto específico de crise do capitalismo e da ideologia liberal do período pós I Guerra Mundial, deram origem às ideologias fascistas.
A crise abalou as bases econômicas do sistema capitalista, e consequentemente a ascensão dos fascismos principalmente na Europa Entre Guerras. Em 1938, a Alemanha anexa a Áustria. No ano seguinte, a Polônia é invadida pela Alemanha. A França e a Inglaterra declaram guerra à Alemanha, ocasionando na Segunda Grande Guerra.

REFERÊNCIAS
BRAUDEL, Fernand. A falência da paz: 1918-1939. Conferência pronunciada na Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da Universidade de São Paulo. Revista de História, São Paulo, n. 6, 1951.

BERTONHA, João Fábio. A questão da “Internacional Fascista” no mundo das relações internacionais: a extrema direita entre solidariedade ideológica e rivalidade nacionalista. Rev. Bras. Polít. Int. 43 (1): 99-118 [2000].

domingo, 1 de dezembro de 2013

A REVOLUÇÃO RUSSA: A PERSPECTIVA DE SUPERAÇÃO DO CAPITALISMO


Nesse texto abordaremos a perspectiva de superação do capitalismo, via Revolução Russa, mas é necessário fazer uma breve introdução sobre a finalidade da Revolução Russa. A Revolução Russa de 1917 surgiu como resposta às péssimas condições de vida em que viviam operários e camponeses na Rússia, sobre o regime czarista, principalmente no início do século XX. Esse acontecimento teve total influência das idéias de Karl Marx e Friedrich Engels, que era romper com a ordem capitalista vigente. Liderados por Lênin, que acreditava que somente assumindo o poder, por meio da Revolução, seria possível transformar as condições da classe trabalhadora, começando uma série de modificações que marcaria profundamente o século XX.
Feita essa pequena introdução, apresentaremos a perspectiva de superação do capitalismo e da sociedade burguesa, por meio da Revolução Russa, que teve como origem idéias socialistas, e consequentemente a instalação do primeiro regime socialista da história. A Revolução teve como um de seus pontos a ruptura ou abandono do modo de produção capitalista, através de mudanças políticas, econômicas e sociais. Segundo Costa (2010, p.06), isso causou enorme impacto e grandes esperanças tanto para o proletariado europeu como para as massas oprimidas nas colônias imperialistas.
A Revolução buscava o equilíbrio social (não, mas riqueza), eliminação das lutas de classes, a concentração de capitais e a divisão social do trabalho, que tinham suas origens no modelo capitalista, e consequentemente acabar com o capitalismo e imperialismo que geram a desestruturação da sociedade, e a internacionalização do marxismo e do próprio socialismo em países capitalistas. 
Sob a influência direta da Revolução de Outubro, criou-se um campo socialista que, apesar das suas contradições internas, liquidou o sistema capitalista nos seus domínios e que constitui uma ameaça permanente para o capitalismo e o imperialismo no resto do mundo (MARTINS, 1998, p. 31)
E o primeiro passo foi o confisco das propriedades privadas, como grandes fábricas e fazendas, que foram confiscadas dos aristocratas e passaram para o domínio do Estado, que transferiu o controle das industriais aos operários e fez a reforma agrária, e também os bancos privados foram estatizados. Essas são apenas algumas medidas impostas pelo regime socialista.
Para Santos (2007, p. 84), a Revolução de 1917 teve suas positividades, dentre as quais é possível destacar os intentos de construção de um projeto distinto de sociedade, ancorado na superação das classes e da propriedade privada.
A classe operária desempenhou o papel principal nos acontecimentos revolucionários da Revolução de fevereiro de 1917, devido à exploração dos trabalhadores e as privações que sofriam nas fábricas e no campo, por parte do Estado e dos patrões. A Revolução Russa foi à primeira revolução na história da humanidade a estabelecer um regime socialista. A Revolução Russa inaugurou a polaridade ideológica entre socialismo e capitalismo que marcaria quase todo o século XX.



                                                        REFERÊNCIAS
COSTA, Frederico. A Revolução Russa: vitória, degeneração e resistência. Revista Arma da Crítica, Ano 2, Número 2, Março 2010.

MARTINS, Ernesto. Qual é a herança da Revolução Russa? (Escrito por Erico Sachs em 1981, quando foi divulgado em edição mimeografada pela Organização Política Operária. Incluído posteriormente no livro “Qual a Herança da Revolução Russa? e Outros Textos”, SEGRAC, Belo Horizonte, 1998).

SANTOS, Ariovaldo. A Revolução Russa e os tempos de desilusões. Lutas e Resistências, Londrina, n.3, v.2, p. 83-90, 2º sem. 2007.

               FILMES SOBRE A REVOLUÇÃO RUSSA                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                    
 REDS (Warren Beatty, 1981): o jornalista norte- americano John Reed, depois de acompanhar a revolução no México, viaja para a Rússia e chega a tempo de acompanhar a tomada do poder pelos bolcheviques em outubro de 1917. Amor, política e revolução se misturam num filme apaixonante.
 DOUTOR JIVAGO (David Lean, 1965): relato dos episódios que ocorreram antes, durante e depois da revolução russa. A narrativa é feita do ponto de vista do médico que dá nome e trata do envolvimento de nobres e revolucionários nos acontecimentos desse período.