Nos anos 80 o Brasil
passou por uma das mais sérias crises econômicas da sua história: a recessão,
inflação, desemprego, a dívida externa que levou ao estrangulamento da
economia. Foi nesse contexto de crises econômicas que o regime militar chegou
ao fim, e consequentemente foi o retorno da democracia ao Brasil, de modo
“lento e gradual”, que fortaleceu o mecanismo de participação dos cidadãos
brasileiro na vida política. Segundo Marangoni (2012: 01), os anos 1980
foram marcados por uma profunda crise econômica e pelo fim da ditadura
(1964-85). A volta da democracia possibilitou uma reorganização do movimento
social, num patamar inédito até então.
Os anos
de 1980 ficaram conhecidos como a
“década perdida” na América Latina, devido a grande crise econômica no continente:
acentuada queda em seu no comércio exterior, baixo crescimento do PIB e da
produção industrial, as dívidas públicas internas extrapolavam a arrecadação do
governo, aceleração da inflação, concentração de renda, etc.
Mas por
outro lado foi uma “década ganha”, pelo fim dos governos autoritários, a formação
e consolidação dos partidos políticos populares, o movimento das “diretas já”,
que propôs eleições diretas para presidente da república, e também aproximação
dos governos latino-americanos, e a promulgação da Constituição de 1988.
O modelo
de desenvolvimento baseado em investimento estatal, capital privado nacional e
financiamento externo (nacional-desenvolvimentismo, iniciado 1930 no governo Vargas)
estavam em declínio com o fim da ditadura militar. Quem o sucedeu foi o modelo
liberal, em que o Estado não deve intervir na economia, a tarefa de indutor do
desenvolvimento é de competência do mercado e da iniciativa privada.
O primeiro plano de combate
à crise inflacionária foi à adoção do plano Cruzado, que teve como finalidade
congelar preços e salários a partir de 1986, no governo de José Sarney. Segundo
Marangoni (2012: 05),
outras
tentativas de se derrubar a escalada inflacionária foram tentadas até o início
de 1989, através dos planos Cruzado II, Bresser e Verão. Todos fracassam e a
aceleração dos preços fecha a década batendo a casa de 80% ao mês, num quadro
de hiperinflação.
Com a adoção do modelo
liberal foi conquistada a estabilidade monetária, o país voltou a crescer
economicamente, liberalização da conta de capitais, privatização de empresas
públicas e redução de várias funções próprias do Estado, principalmente no
governo de Fernando Henrique Cardoso.
Os anos 80 trouxeram
ganhos do ponto de vista político, com a redemocratização do país, mas por
outro lado, foi uma década perdida do ponto econômico: inflação, dívida externa,
etc. E portanto, não foi uma década completamente perdida como afirmam alguns especialistas
do assunto.
REFERÊNCIA
MARANGONI, Gilberto. Anos 80,
década perdida ou ganha? Ano 9,
Edição 72, 2012. Disponívelem:<www.controversia.com.br/uploaded/pdf/16447_ipeagovbr_anos_1980_dcadaperdida_ou_ganha.pdf>. Acesso em 09 outubro de 2013.
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