segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

O IMPACTO DOS PROTESTOS DE 1968 NO BRASIL, IRÂ E INDONÉSIA.

O aspecto da globalização teve papel fundamental no fortalecimento dos protestos globais de 1968, os eventos desse período conectaram diferentes regiões ao redor do globo. Os protestos eram constituindo por grupos de jovens que tinham como objetivos: desafiar as autoridades e denunciar as políticas das grandes potências, e também o descontentamento com as normais sociais dominantes do pós-guerra e o autoritarismo dos governos, as interferências dos respectivos governos no campo da Guerra Fria, principalmente no Sul global.
Mas os protestos globais de 1968 criou um ambiente propicio para o fortalecimento do Estado Nacional, e consequentemente uma resposta conservadora das elites autoritárias em países em desenvolvimento para conter aqueles protestos desestabilizadores do período, e que terminou fortalecendo os Estados Nacionais.
Vamos discorrer sobre a trajetória de países em desenvolvimento nos eventos de 1968, e como esses eventos afetaram os regimes e Estados nacionais, principalmente do Brasil, Irã e Indonésia. Segundo Spektor (2010: 365), os três países ilustram a força da globalização dos conflitos de 1968, bem como as respostas autoritárias que avançaram na direção de fortalecer a capacidade de o Estado nacional controlar, conter e barrar futuras revoltas.
 Os três países mencionados acima tiveram na década de 1960 e 1970 uma verdadeira transformação social, principalmente no setor da economia, com um crescimento espetacular. Foi nesse contexto que tiveram lugar as erupções dos protestos globais de 1968, em que o descontentamento interno difundir-se pelos três países, que tiveram como influência os protestos que ocorriam nos EUA, Europa, China, esses países assistiram a uma onda de passeatas estudantis, greves, sequestro de diplomata, desordem urbana, etc. Mas esses protestos foram brutalmente reprimidos pala ação da polícia. Nas três sociedades existia a preocupação com o possível avanço do comunismo pelos protestos nas ruas e universidades, e também com os movimentos de oposição.
As rebeliões estudantis no Brasil, Irã e Indonésia não conseguiram derrubar os respectivos regimes.
Ao contrario, os militares brasileiros, Suharto e o terminaram forçando ainda mais a mão e aumentando seu poder sobre os respectivas populações como resposta á onda de protestos. Esses regimes ainda contavam com o respeito de parcelas significativas do público e tanto suas autoridades pessoais quanto à força geral dos regimes que comandavam foram, em parte, fortalecidas, na resposta a 1968 (SPEKTOR, 2010: 368).

Após os episódios de 1968, se teve uma reação conservadora, isso se deve as resposta dos três regimes com o uso massivo do aparato policial para eliminar as rebeliões, capturar os líderes do movimento estudantil e ter um controle maior sobre os movimentos sociais, ou prendendo, e exilado os oposicionistas.
As elites governamentais dos três países se voltaram para os EUA em busca de auxílio e legitimação dos governos, e também buscar instrumentos para conter as pressões crescentes dos movimentos sociais. A cooperação com os norte-americanos funcionou como uma ferramenta para reforçar os regimes estabelecidos, e minimizar as manifestações e impedir a influência do comunismo nos respectivos países. A globalização dos conflitos de 1968 ao redor do mundo criou laços de interdependência entre os países.


REFERÊNCIA

SPEKTOR, Matias. Globalização e Estado nas revoluções globais de 1968: Irã, Brasil e Indonésia. Estudos Históricos, Vol. 23, n°. 46, 2010.



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