O aspecto da globalização teve papel fundamental no
fortalecimento dos protestos globais de 1968, os eventos desse período
conectaram diferentes regiões ao redor do globo. Os protestos eram constituindo
por grupos de jovens que tinham como objetivos: desafiar as autoridades e
denunciar as políticas das grandes potências, e também o descontentamento com
as normais sociais dominantes do pós-guerra e o autoritarismo dos governos, as interferências
dos respectivos governos no campo da Guerra Fria, principalmente no Sul global.
Mas os protestos globais de 1968 criou um ambiente propicio para
o fortalecimento do Estado Nacional, e consequentemente uma resposta
conservadora das elites autoritárias em países em desenvolvimento para conter
aqueles protestos desestabilizadores do período, e que terminou fortalecendo os
Estados Nacionais.
Vamos discorrer sobre a trajetória de países em desenvolvimento
nos eventos de 1968, e como esses eventos afetaram os regimes e Estados
nacionais, principalmente do Brasil, Irã e Indonésia. Segundo Spektor (2010:
365), os três países ilustram a força da globalização dos conflitos de 1968,
bem como as respostas autoritárias que avançaram na direção de fortalecer a
capacidade de o Estado nacional controlar, conter e barrar futuras revoltas.
Os três países
mencionados acima tiveram na década de 1960 e 1970 uma verdadeira transformação
social, principalmente no setor da economia, com um crescimento espetacular.
Foi nesse contexto que tiveram lugar as erupções dos protestos globais de 1968,
em que o descontentamento interno difundir-se pelos três países, que tiveram
como influência os protestos que ocorriam nos EUA, Europa, China, esses países
assistiram a uma onda de passeatas estudantis, greves, sequestro de diplomata,
desordem urbana, etc. Mas esses protestos foram brutalmente reprimidos pala
ação da polícia. Nas três sociedades existia a preocupação com o possível
avanço do comunismo pelos protestos nas ruas e universidades, e também com os
movimentos de oposição.
As rebeliões estudantis no Brasil, Irã e Indonésia não
conseguiram derrubar os respectivos regimes.
Ao contrario, os militares brasileiros, Suharto e o xá terminaram
forçando ainda mais a mão e aumentando seu poder sobre os respectivas
populações como resposta á onda de protestos. Esses regimes ainda contavam com
o respeito de parcelas significativas do público e tanto suas autoridades
pessoais quanto à força geral dos regimes que comandavam foram, em parte,
fortalecidas, na resposta a 1968 (SPEKTOR, 2010: 368).
Após os episódios de 1968, se teve uma reação conservadora, isso
se deve as resposta dos três regimes com o uso massivo do aparato policial para
eliminar as rebeliões, capturar os líderes do movimento estudantil e ter um
controle maior sobre os movimentos sociais, ou prendendo, e exilado os
oposicionistas.
As elites governamentais dos três países se voltaram para os EUA
em busca de auxílio e legitimação dos governos, e também buscar instrumentos
para conter as pressões crescentes dos movimentos sociais. A cooperação com os
norte-americanos funcionou como uma ferramenta para reforçar os regimes
estabelecidos, e minimizar as manifestações e impedir a influência do comunismo
nos respectivos países. A globalização dos conflitos de 1968 ao redor do mundo
criou laços de interdependência entre os países.
REFERÊNCIA
SPEKTOR, Matias. Globalização e Estado nas revoluções
globais de 1968: Irã, Brasil e Indonésia. Estudos Históricos, Vol. 23, n°.
46, 2010.
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